Sorrisos Quebrados

Sorrisos Quebrados 

[RESENHA]

Título: Sorrisos Quebrados
Autor: Sofia Silva
Revisão: Patrícia da Silva
Edição: 1ª Edição
Páginas: 240
Ano: 2016

SINOPSE: "Paola: Perante Deus, meu marido prometeu me amar. Cuidar de mim. Ser meu amigo. Perante todos, disse que me amava. Que seríamos felizes. Viveríamos para sempre juntos. Mentiu em tudo. Até que um dia ele me disse que me mataria. E não mentiu. A partir desse dia, vivi escondida no meu mundo, até André aparecer. André: Eu não procurava nada. Não queria ninguém. Não depois de tudo que vivera. Meu coração estava escondido na escuridão, até Paola surgir com suas cores, pintando minha vida. “Sorrisos Quebrados” é um romance de cores entre duas pessoas quebradas por relacionamentos passados. Uma história de superação dos próprios medos e de promessas”.

Nota: ☆☆☆☆☆



Paola é uma jovem mulher casada com um homem lindíssimo que aos olhos da família e dos amigos a tratava como uma princesa, a impressão que dava era que Paola era a mulher mais sortuda do mundo. Só que a realidade era muito diferente... Ela sofria abusos absurdos tantos físicos quanto psicológicos em sua casa. Seu marido só não machucava seu rosto para ninguém pudesse ver e saber dessas abusos, e ela era sempre ameaçada caso viesse contar alguma coisa pra alguém da família ou fora dela. Ou seja, ela não tinha escolha a não ser fugir desse homem.
“Ela só queria amor! O que ganhou foi ódio. Almejava uma família. Recebeu ingratidão. Até que não desejou mais nada além de liberdade.”
Certa noite, na calada da noite, Paola saiu de fininho tentando fugir desse casamento insuportável, foi até o escritório e pegou chave do carro. Só que ao entrar foi atacada com um empurrão entre seu rosto e o volante do carro de forma tão violenta que ela mal teve tempo de gritar. Quando por fim cessaram as pancadas seu marido (se podemos denominar esse ser de algo) ele começa a agressão verbal sem nem se importar com seu rosto ensanguentado. Paola implora para que ele a deixe ir embora e ele inconformado, a trata como um lixo e a puxa pelos cabelos para o lugar que ela mais teme, que é perto dos cães. Cães esses que seu marido treinou para atacar furiosamente e a coloca na jaula dos cães e a prende com uma coleira.
“Quem machuca é a pessoa que amamos. Quem nos faz sofrer é a pessoa que devia nos fazer feliz e proteger. Que no amor as lágrimas deveriam ser sempre de felicidade.Que o amor pela pessoa certa pode ser a experiência mais bela da nossa existência e por isso não conseguimos defini-la.Não sabemos, porque quando amamos alguém com tanta intensidade e ela nos ama de volta é como perceber que voamos sem asas."
Aquele era o seu fim! Todos os olhares de pena ou de alívio das suas amigas por não terem sido elas as escolhidas eram demais para uma pessoa suportar. Então ela se isolou… e se dedicou à única coisa que nunca a abandonou: a pintura. E mesmo com aquela imensidão de tons misturados em que ela pintava e se pintava, ainda existia a melancolia. Algum tempo depois ela ainda está em uma casa de recuperação Onde, traumatizada, não consegue enfrentar a vida fora desse lugar, ela guarda em suas lembranças imagens desse momento / dia fatídico e brutal de sua vida. O que ela queria era apenas amar e ser amada. Mas como amar depois de um trauma com esse?
“— Um dia me fecharam num frasco com receio que eu pintasse o mundo.— E o que você fez?— Pintei o meu mundo no frasco.”


E num momento particular de lembranças e lágrimas no jardim dessa casa, Paola é flagrada por André, um homem grande e forte que também está preso a seus sofrimentos e traumas, que cuida de sua filha nessa mesma casa. (Sol, um amor de criança, introspectiva que também foi quebrada quando bebê).
"- A vida é um labirinto onde todos tentamos encontrar a saída e onde poucos têm a sorte de encontrar o parceiro ideal para a aventura. Alguém que não solta a nossa mão quando erramos na escolha do caminho e nós também não temos vontade de fazer isso porque percebemos que mais importante do que a saída, é conhecer o labirinto." 

Não consigo classificar esse livro como um romance, porque pra mim ele foi muito, além disso. Tocou com tanta sensibilidade tantos assuntos intensos como a dor de ser ferido por alguém que amamos, a perda, a culpa, a solidão, o medo... e tudo isso com tal delicadeza e profundidade que é impossível não partilhar de todos os sentimentos pertencentes aos personagens da obra. André e Paola foram quebrados pelas pessoas que deveriam tê-los amado, pelas pessoas que eles mais amaram... e isso deixa uma marca profunda demais, uma cicatriz que está fora do alcance de qualquer ajuda a não ser do verdadeiro amor. E a história de amor de Sorrisos Quebrados é tão grandiosa que não se limita a pertencer apenas ao casal, mas engloba mais uma personagem que confesso que ganhou meu coração desde sua primeira aparição: Sol. Uma garotinha linda de quatro anos que tem sobre os ombros um peso muito maior do que deveria suportar, mas que ao lado de duas outras pessoas tão quebradas quanto ela, talvez mutuamente eles possam se consertar.




“Às vezes precisamos olhar para as pessoas com os nossos corações e não com os olhos, pois só assim vemos quem realmente são”.



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